A agricultura brasileira em 2012 será diretamente afetada pelos rumos da economia nacional e mundial. Para a Federação da Agricultura do Estado (Faeg),os produtores terão de ficar de olho na economia interna, no desenrolar da crise europeia e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China, um dos maiores compradores dos produtos goianos.
A palavra de ordem para o setor é prudência, pois o comportamento dos preços dos produtos dependerá muito da demanda nestes países.
O ano de 2011 foi positivo para o setor, com a melhora dos preços de commodities e recorde na safra de grãos, o que fez o Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário somar R$ 24 bilhões até novembro, um crescimento de 26% sobre 2010. Mas a estimativa é que a próxima safra goiana de grãos 2011-2012 deve ser de, aproximadamente, 15,04 milhões de toneladas, um volume 1,23% menor que na safra 2010-2011, quando foram colhidas 15,2 milhões de toneladas . A colheita no próximo ano deve ser afetada por quedas de produtividade, em função de problemas climáticos, com influência do La Ñina .
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, informa que a tendência é de preços estáveis no início de 2012. Mas, este ano, os produtores já enfrentaram elevações de cerca de 27% nos custos de produção, principalmente dos fertilizantes, e quedas dos preços. Só no caso da soja, o custo de produção aumentou 9,75% por hectare, enquanto o preço caiu 12%, já por influência da crise financeira mundial.
Clima deve afetar a produção
(LM)
A produtividade das lavouras deve ser afetada pela instabilidade climática, conforme prevê a Faeg. Só no algodão, está prevista uma queda de 10,2% na produção, também por influência de uma redução de 47% nos preços e alta de 6% no custo de produção este ano.
Mas a maior influência pode vir mesmo do comportamento dos mercados interno e externo. Os maiores desafios serão a manutenção do crescimento da economia chinesa, que deverá crescer 8% para manter a demanda aquecida, e a evolução da crise nos países europeus."Grande parte das trades que financiam nossa produção e muitos grandes compradores estão sediados na Europa", ressalta José Mário Schreiner. Ele lembra que lá não existe a volatização da economia e o grande gargalo é a falta de liquidez, sem a emissão de moeda.
Já o Brasil é um país que tende a ter um mercado mais firme em relação ao consumo, com melhores condições de enfrentar crises por ter bases mais sólidas, que incluem boas reservas internas e externas. Por isso, o bom desempenho da economia interna também será importante para manter a produção brasileira em bons níveis. Contudo, o presidente da Faeg alerta para a necessidade de acompanhar fatores como a valorização cambial, taxas de juros e evolução da inflação interna. "Será um ano de incertezas. A produção goiana deve continuar alta, mas não será igual a de 2011."
Setor continua a enfrentar desafios
(LM)
Em 2011, o setor contabilizou importantes conquistas, como a redução de duas para uma etapa anual de vacinação contra febre aftosa para animais acima de 24 meses, o Programa de Recuperação das Rodovias e regularização dos irrigantes, lembra a Faeg.
Mas, no próximo ano, os produtores continuarão enfrentando desafios comuns em anos anteriores, como o endividamento, a insuficiência de recursos para atender o aumento da produção e a valorização do real, que tem prejudicado a competitividade dos produtos goianos e brasileiros.
Fonte : Faeg
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