domingo, 18 de março de 2012

CUSTO DE PRODUÇÁO PARA SOJA E MILHO DEVE CRESCER EM 2013 EM MT

 


O planejamento para a próxima safra de milho e soja em Mato Grosso vai exigir do produtor rural investimentos superiores em relação ao que foi gasto no ciclo 2011/12. Os custos de produção para as culturas devem crescer 3% e 7,3% respectivamente, segundo cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Mesmo com o olhar para o desenvolvimento da segunda safra de milho no estado e a atenção voltada ao fechamento de negócios da soja, muitos agricultores já começaram a pesquisar os preços dos itens que vão utilizar no preparo das lavouras.
Em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, Guilherme Wilcke diz que o momento é de esperar os preços baixarem para concretizar os negócios. Em 2011/12 ele plantou 1,1 mil hectares com soja e milho no município, atualmente o maior produtor nacional da oleaginosa.
"Já deu para sentir que o custo será maior. Vamos aguardar para ver se o preço melhora. Por enquanto, é pesquisar", contou. Na hora de plantar, o produtor precisa investir na compra desde insumos (sementes, fertilizantes, defensivos, operações com mão de obra, colheita), aos custos com equipamentos, manutenção de máquinas e impostos.
De acordo com o Imea, o custo de produção da soja para a safra 2012/13 deve avançar de R$ 1.622 por hectare a outros R$ 1.741, evolução de 7,3%. A pressão sobre o preço dos insumos deve continuar. Somente neste primeiro bimestre de 2012 o preço médio tornou-se 18% maior em relação ao mesmo período de 2011.
Daniel Latorraca, gestor do Imea, explica que uma conjunção de fatores frequentemente influencia os gastos. Somente para a próxima safra, os custos para adquirir os fertilizantes devem representar 45% do total de investimentos das chamadas despesas operacionais do setor. São R$ 471,60 ante R$ 1.042 para pagar toda operação.
"O fertilizante tem um grande peso no custo de produção. O preço dele e de outros produtos subiu também pela pressão de demanda que houve. Incrementamos a área não em Mato Grosso, mas em todo o mundo", declarou Latorraca.
Para o gestor, o momento é de avaliar o cenário antes de fechar negócios. "O produtor está vendendo a soja que colheu, plantando o milho safrinha, que deve ser recorde", pontuou.
Para o milho mato-grossense, os desembolsos devem crescer na ordem de 3%: de R$ 1.456 por hectare a R$ 1.499. Mas a variação apresentada no custo de produção de ambas as culturas pode variar, uma vez que a tradicional lei da oferta e demanda exerce parcela fundamental nesta relação. Na prática, com procura maior por produtos exigidos para preparar a safra, elevam-se os preços dos materiais utilizados.
Queda
Exceção, a safra de algodão deve ser a única a apresentar queda no custo de produção. Deve se tornar 4,6% menor em 2012/13 em relação a 2011/12: R$ 4.891 por hectare para R$ 4.660/ha.

As despesas com a aquisição dos insumos para a próxima safra devem estar na casa de R$ 2.300,26 por hectare no próximo ano agrícola, segundo estimativa do Imea. O recuo estimado para o algodão está associado também à menor euforia e corrida dos produtores por plantar esta cultura. No ano passado, a corrida pelo produtor em função dos bons preços do produto gerou um incremento nos custos de produção. "Houve a euforia, mas agora está tranquila [a situação]", finalizou Daniel Latorraca

Fonte: G1.com

SOJA GENETICAMENTE MODIFICADA É TESTADA EM PIRACANJUBA, GOIÁS

 
Um novo tipo de grão está chegando ao mercado goiano: a soja geneticamente modificada. O alimento é resistente ao glifosato, um tipo de herbicida, e também às principais lagartas que atacam a planta na fase de desenvolvimento. Além de mais produtiva, ela não precisa de inseticida para combater a praga.
Em uma fazenda de Piracanjuba, a aproximadamente 87 quilômetros deGoiânia, o produtor Paulo Roberto Fiatkwoski plantou 1.200 hectares de soja. Em parceria com uma empresa multinacional, ele participa de um teste que não precisa de aplicações de produtos para combater as lagartas que atacam a cultura na fase vegetativa da planta.
“Nós vamos economizar de R$ 30 a R$ 40 por hectare, o que representa de 10% a 15% no custo de produção. É uma economia muito boa, tendo em vista que não só economizo no inseticida como também aumento minha produtividade. Tenho visto e comparado ela com outros materiais e tenho certeza de que esta vai bater todos os outros tipos de soja hoje existentes no mercado”, afirma Fiatkwoski.

Resultados
Os testes de colheita mostraram que a soja transgênica teve uma produtividade de mais de 65 sacas por hectare. O produtor Fiatkwoski garante que não foi feita nenhuma adubação diferente.

Quanto a não precisar de inseticida, Rogério Andrade, gerente de marketing da empresa multinacional que participa dos testes, explica por que uma proteína que mata as lagartas foi inserido no DNA da planta: “Ao tentar ingerir o tecido da planta, ela [lagarta] raspa a folha da planta e acaba morrendo em 24 horas”.
Aprovação
Em Goiás, 44 produtores testam a nova soja. Ainda falta a aprovação dos mercados consumidores, países que vão comprar o grão, para só então essa soja se tornar comercial, o que deve acontecer ainda na safra 2012/2013.

Consumo
A tecnologia já foi aprovada pela CTN Bio, Comissão Nacional de Biossegurança, e a liberação foi dada porque não há risco para consumo humano.

Para ter o plantio comercial em larga escala, a soja geneticamente modificada ainda vai percorrer um longo caminho. Ainda não se sabe quanto a semente vai custar a mais para o produtor, mas, quando se trata de economia, a tendência é de que a nova tecnologia ganhe espaço

Fonte: G1.com

BOM PREÇO DA SOJA FAZ PRODUTORES COMERCIALIZAREM ANTECIPADAMENTE

 
A colheita das últimas lavouras de soja está terminando na região oeste doParaná, onde o serviço está mais adiantado. Nas outras áreas, perto da metade da soja foi colhida até agora.
O agricultor Zeca Zardo já entregou à cooperativa toda a produção de 22 mil sacas de soja. A estiagem levou metade da safra que ele esperava colher, agora, a esperança é compensar o que perdeu em quantidade conseguindo um bom preço.
Na Cooperativa de Cascavel, metade do estoque dentro dos silos já foi comercializada, ritmo bem maior que no mesmo período do ano passado, quando apenas 35% da safra havia sido negociada. E o que tem aquecido o mercado é o preço da soja.
A saca, que em março do ano passado custava R$ 43, hoje custa R$ 48,30. A explicação para a alta está na quebra da safra da América do Sul e na valorização do dólar.
O bom preço tem animado muitos agricultores a buscar o mercado futuro, vendendo agora a soja que vão plantar só em outubro. Em troca, eles recebem os insumos para o plantio, principalmente o adubo.
O agricultor Modesto Daga já vendeu parte da próxima safra e, assim, assegurou o bom preço, R$ 48, para produzir mais tranquilo nos 550 hectares de sua propriedade

Fonte: Globo Rural

PECUARISTAS APOSTAM NO CRUZAMENTO DO GADO NA BUSCA PELA MELHOR RAÇA

 
A terra plana, de vegetação uniforme, quase sem árvores e o traje típico para conduzir a boiada. Um gado tão peludo que às vezes fica a dúvida: é Brasil?
É sim, bem na fronteira com Argentina e Uruguai, no Pampa Gaúcho. Em pleno inverno, no meio da Campanha, faz um frio de assustar forasteiro. E foi bem nessa época que o Globo Rural visitou duas fazendas na região de Uruguaiana.
As duas investem em cruzamentos entre raças britânicas - famosas pela carne saborosa - e o nelore, raça zebuína rústica, bem adaptada ao nosso clima. Até porque no verão, a temperatura nos Pampas fica em torno de 25ºC.
A linda fazenda é de uma família pioneira no melhoramento genético na pecuária do Rio Grande do Sul. Os proprietários são Eduardo Macedo Linhares e Maria Helena. Os cinco filhos trabalham no negócio, que também inclui a produção de arroz.
Eduardo já criou diversas raças e hoje fala com entusiasmo do brangus, o resultado do cruzamento entre o indiano nelore e o escocês angus.
Na maioria das vezes, em outros países, o cruzamento se dá com a raça brahman, mas no Brasil desde a década de 80, o angus foi cruzado com o nelore por causa da grande quantidade do zebuíno no país.
A Estância São Pedro tem nove mil hectares e uma produção de mais de três mil bezerros. A partir de um trabalho de aprimoramento genético, produz 350 touros brangus por ano.
O brangus pode ter pelagem preta ou vermelha. O cruzamento entre raças nelore e angus busca unir a rusticidade e a tolerância ao calor do zebu com a habilidade materna, precocidade sexual e qualidade da carne do angus.

A base da alimentação desses animais é a pastagem nativa. Em determinadas épocas do ano, como no inverno, entram o azevém e algumas leguminosas como o trevo branco e o cornichão, mas como o verão é muito seco, para conseguir chegar a um touro com 700 quilos na época de monta ou um novilho pronto para o abate aos 30 meses, é preciso dar ração.

A veterinária Angela Linhares da Silva é a filha mais velha de Eduardo e responsável pela seleção genética do plantel. Ela mostra um animal com as características ideais de um brangus. “O animal precisa ser bem equilibrado, comprido e com bastante arqueamento de costela, para andar e aumentar a capacidade respiratória”.
Angela está sempre observando os animais, no campo ou no curral. A avaliação de desempenho dos animais da fazenda é feita em duas etapas. A primeira na época do desmame, quando os bezerros atingem mais ou menos sete meses, e a segunda aos 18 meses, na fase chamada de sobreano. Um dos itens avaliados nessa fase é a quantidade de carrapato de cada animal. “È importante para identificar quais linhagens são mais resistentes à infestação”.
Para selecionar os animais, a fazenda ainda avalia a qualidade do sêmen, o histórico das vacas e o desempenho dos bezerros e coloca os dados em um programa de melhoramento genético, onde são feitas comparações com outros plantéis.
O sêmen dos touros brangus é utilizado em apenas uma estação de monta, quando eles têm dois anos. Depois, os touros são vendidos em leilões para outros criadores.

O genro de Eduardo, João Paulo Schneider, é o diretor comercial da fazenda. Ele diz que o objetivo da estância não é fazer a venda de sêmen e sim de tourinhos brangus.

Em outra propriedade, que também produz touros com o objetivo de comercialização no Brasil Central, a Fazenda Pitangueira, o hereford é usado como raça-mãe, um animal forte, de porte médio, cara bem peluda, totalmente branca, e orelha pequena. O hereford é uma raça de origem inglesa criado no Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Estados Unidos, Argentina e Uruguai.
No Brasil, o hereford é cruzado com o nelore, assim, chega-se ao braford. Uma das vantagens do braford é a precocidade sexual. Aos dois anos, as novilhas já estão prontas para reprodução e começam a ser inseminadas. Em um lote de vacas recém-paridas, os terneiros, como os gaúchos chamam os bezerrinhos, têm de dois a três dias e é nesse momento, no campo mesmo, que começa a seleção genética do plantel.
Cada bezerro é pesado, recebe um brinco com um número de identificação e uma tatuagem, para o caso dele perder o brinco algum dia. Aos dois anos, os animais estão prontos para o abate. Se fossem nelores, isso só aconteceria aos três anos.
Na fazenda, eles são criados a pasto, comendo principalmente azevém e aveia e recebem um suplemento na terminação.
Na comparação entre os touros, hereford e braford, o hereford tem um pelo mais grosso. O braford tem a cara branca, mas é obrigatório ter manchas marrons em volta dos olhos, tipo óculos ou máscara, ou pelo menos a pálpebra pigmentada. Do nelore, ele puxa uma barbela mais comprida que o hereford, as orelhas e o cupim. Mas do hereford ele tem que herdar um umbigo menor.

Mas será que esse animal com jeitão de lord inglês consegue mesmo se adaptar na região brasileira com o nosso maior rebanho, o Centro-Oeste


Fonte: Globo Rural
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